Este artigo é da Angela Rocha
Essa semana não postarei atividades... será uma semana com artigos para nossa edificação como Catequistas.
Gostaria
aqui de fazer um alerta a quem se propõe hoje, a ter um blog de catequese.
Em
síntese, um blog é um “diário” na web. Normalmente possui um foco ou uma
temática, apesar de que, muitas pessoas o utilizam como um diário mesmo, expressando
suas opiniões ou falando de qualquer assunto. Neste terceiro milênio, muito
longe se ser apenas uma ferramenta de comunicação, a internet ou web, tornou-se um “mundo” além daquele, “real”,
em que vivemos. É o mundo “virtual”. Aqui vivem, quase que literalmente, muitas
pessoas; proliferam-se idéias, disseminam-se informações e criam-se novas
“crenças” todos os dias. E o blog é
apenas uma das formas de “fazer” parte deste mundo.
E
esse mundo precisa ser “evangelizado” também. As pessoas já não saem mais tanto
de casa, já não se permitem tanto contato físico e relações de olho no olho.
Quem quer evangelizar e levar o Projeto de Jesus ao mundo, precisa, portanto,
estar na web. Por permitir
atualização rápida, ser de fácil utilização e interação com leitores; o blog vem sendo utilizado por muitos
catequistas para esse fim. É uma maneira muito eficiente de divulgar conteúdos,
partilhar experiências e espalhar a mensagem cristã.
No
entanto, o que tenho percebido ultimamente nos blogs de catequese, é que eles estão se afastando de seus objetivos
primários. Hoje encontramos inúmeras associações de blogueiros. Com os
catequistas não poderia ser diferentes. Claro que unindo-se é bem mais fácil
divulgar conteúdos e disseminar os valores cristãos. Mas essa união está sendo
desvirtuada. Não raro encontramos blogs
cujo objetivo maior é angariar seguidores e aumentar o número de acessos. Para
“ver o que”, não está importando
muito. As associações de blogueiros não fazem outra coisa que não seja
distribuir “selinhos” entre si e fazer promoção para aumentar o número de
visitantes.
Participando
de um grupo por mais de seis meses, chega-se a um ponto em que já não há mais
espaço no layout do blog para colocar
tanto banner e selo. E o blog começa a ficar poluído visualmente.
Sem falar no já excesso de cores e imagens. E os posts não falam de outra coisa que não seja “promoção” disso,
divulgação daquilo... Isso é evangelizar?
Outra
coisa que se observa, é que não há muita preocupação com o “conteúdo” dos posts e nem com a responsabilidade de se
estar representando uma instituição. Se no meu perfil eu digo que sou
“católica”, “catequista” e este blog
é para “evangelização”; devo, primariamente, obedecer a essas diretrizes. Se
sou católica, meus conteúdos devem ser orientados pelas doutrinas e normas da
minha Igreja. Se sou catequista devo, antes de tudo, ser exemplo; se
evangelizo, tenho o compromisso de buscar a Palavra
de Deus e o Evangelho como orientação de minha conduta. Tem-se “copiado” e
“colado” muita coisa da internet, de outros blogs,
sem se verificar a fonte e, às vezes, nem o conteúdo!
O
que pensa um internauta ao acessar um blog de um catequista católico e
imediatamente escutar música evangélica? Nada contra música evangélica. A
música é uma forma de louvar a Deus. Eu escuto música evangélica, já coloquei
música evangélica em meu blog em
homenagem a amigos. Mas se tivesse música de fundo em meu blog, ela seria católica. E textos sem a fonte ou a autoria? Nunca,
jamais.
Muito
cuidado também na sugestão de leitura, textos, sites... A doutrina espírita,
por exemplo, é muito parecida com a católica. A maioria dos espíritas, é cristã.
Mas um católico NÃO ACREDITA EM REENCARNAÇÃO! Caso use um texto, refira-se
sempre aos NOSSOS VALORES E CRENÇAS! Assim como no ambão da Igreja somos a voz
da nossa Igreja, na internet, como catequistas, somos o rosto da nossa Igreja!
Quando
sugeri a Comissão de catequese da CNBB divulgar os sites dos catequistas que
atuam na web, em princípio recebi um alerta: “E se o que eles colocam lá não for recomendável?”. Eles me pediram
primeiro para fazer uma “certificação”, uma análise criteriosa. Eu refutei, “Eles são catequistas em nossas paróquias!
Se podem falar lá, representar a Igreja
lá, nas suas comunidades, então podem fazê-lo aqui.” São mais de 15 mil
catequistas no cadastro da CNBB, é preciso interar-se com eles, dar voz, canal,
vez, a essas iniciativas abençoadas. E temos recebido um retorno maravilhoso de
quem acessa o blog. D. Eugênio, que
deixou a presidência da comissão este ano, disse que o blog foi uma das melhores iniciativas que a comissão já teve.
Só
que, junto com todas as coisas boas que tem acontecido, já recebi comentários
dizendo que tem blog com música
evangélica, que tem blog divulgando
textos espíritas e leitores dizendo que os catequistas blogueiros são só fazem
espalhar “selinhos” entre eles... Sem falar que eu mesma já estou perdida no
meio de tanta promoção, sorteio, distribuição de selo disso, daquilo...
“Selo” é algo que certifica, que dá qualidade.
Não estou dizendo que os blogs não têm
qualidade. Só estou dizendo que para “certificar” algo ou alguém, no mínimo,
devemos ter “autoridade” para isso! Com que critérios se certifica a qualidade
de alguma coisa? O que se deve saber ou que experiência se precisa ter para
determinar se um blog tem ou não
relevância na evangelização? Podem me malhar a vontade mas, os blogs estão distribuindo “selos” pro aí
apenas para aumentar a “audiência”. E estão esquecendo de se preocupar com
aquilo que deveriam: a “mensagem”!
A
CNBB vai lançar um “Selo” de certificação e aprovação para as iniciativas de
evangelização na Web. E para isso
vamos nos reunir em Brasília com os bispos e assessores para determinar que
critérios serão utilizados. É um assunto muito sério. E posso garantir que
indicar mais dez blogs e enfiar um banner na lateral do blog, nem passa perto de ser critério.
Um
apelo: Preocupem-se mais com a “mensagem”; do que se estão ou não tendo mais
seguidores. Preocupem-se com novas formas de evangelizar para atingir aqueles
que estão afastados de Deus; do que se estão recebendo comentários. Gastem seu
tempo criando dinâmicas, roteiros, métodos inovadores; e não “selinhos” de
divulgação. Leiam com atenção tudo que encontrarem e assim saberão de que
“doutrina” o texto está falando. E conversem, partilhem sempre, apóiem-se,
elogiem as práticas vitoriosas, divulguem projetos... E para isso não é
necessário normas, regras e nem “selinhos”.
E
gostaria também que lessem um outro texto sobre o “pagerank” do Google. A nota
que a internet dá para seu site/blog. Muito interessante. Está publicado em meu
blog: http://www.catequistaamadora.com.br
.
Ângela
Rocha