SANTOS ÓLEOS
ROTEIRO PARA
ENCONTRO COM CRISMANDOS, PAIS E PADRINHOS
OBJETIVO: Este encontro tem por objetivo levar
os crismandos a conhecer um pouco mais sobre a unção crismal e incentivar a
participação na Missa dos Santos Óleos na Semana Santa como uma peregrinação
crismal mo Ano da Fé. Lembrar que o método da mistagogia é:
celebra/explica/celebra e assim se faz a experiência da fé. Os efeitos dos
ritos só se desenvolvem plenamente quando eles são explicados e vivenciados.
OBS.: Óleo DO crisma (o masculino referindo ao óleo);
Sacramenta
DA crisma (o feminino referindo-se a
unção).
AMBIENTAÇÃO: No centro da sala, no chão, colocar
tecidos, vermelho (crisma), roxo (enfermos) e branco (catecúmenos), uma Bíblia,
o Círio Pascal (apagado) e diversos tipos de óleos, um frasco de azeite e um
frasco com bálsamo (perfume).
-
A parte preparar pequenos frascos com azeite de oliva e um bálsamo (perfume)
misturado. Mais ou menos 10 frasquinhos dependendo do número de pessoas.
ENTRADA: Iniciar o encontro com as luzes
apagadas. Entra uma pessoa com uma vela acesa enquanto se canta...
Ó
luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós...
Ó
luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós...
Ao
chegar a frente a pessoa acende o círio
e então se acendem algumas luzes da sala. Em seguida entram três pessoas, cada
uma com um frasco (ornamental) contendo óleo, representando os três óleos
(crisma, batismo e enfermos) e coloca em cima do tecido da cor apropriada. (Com
uma música de fundo).
Sugestão: Enviai o Vosso Espírito... (Vida Reluz).
PRIMEIRA PARTE – (VER)
-
Boa noite a todos, sejam bem vindos a esta nossa vivência crismal. Estamos hoje
aqui reunidos, catequistas, catequizandos, pais, padrinhos, coroinhas... Para
viver um pouco daquilo que chamamos de “mistagogia”... De condução ao mistério
da nossa fé, tentando entender um pouco mais o sacramento da crisma e seus
símbolos.
-
No dia da confirmação, da Crisma, o Bispo vai ungir a fronte dos crismandos com
um óleo consagrado. Esse óleo é consagrado na missa crismal, que acontece na
Semana Santa, junto com a bênção do óleo dos catecúmenos (óleo do batismo), e o
óleo da unção dos enfermos.
-
Mas isto não é um simples gesto, ele tem três grandes significados: é um gesto
corporal, tem sentido teológico e está carregado de sentimento, de afeto... É a
consagração do crismando para uma grande missão na Igreja. O jovem é ungido
para o combate de sua vida, para ir a luta com novas forças e novo impulso para
vencer.
Conhecer a história – os
óleos e seu significado. Qual é a utilidade do óleo na nossa vida? Exortar a
participação de todos. Mostrar a utilização do óleo, principalmente nas
refeições.
-
E para que esta unção seja feita precisamos de ÓLEO.
- Óleo é uma palavra de origem latina,
"oleum", derivada do grego "élaion", que designa o óleo
extraído dos olivais (élaia).
-
Quando se fala de azeite (óleo), que imagem isso nos traz? Qual o contato dessa
preciosa substância com o nosso cotidiano? Ele é utilizado na comida, como
combustível, em massagens, como protetor solar, em perfumes; Tem também função
terapêutica para queimaduras, torções, pancadas. Ele é símbolo de saúde,
bem-estar e paz. E da onde vem o óleo? Soja, milho, girassol, mamona, canola,
oliva...
Vamos
tratar aqui de um óleo ou azeite que para nós tem uma função preciosa: o óleo
de oliva. Que é extraído das oliveiras.
-
A oliveira é uma das árvores mais antigas cultivadas no mundo. Já foram
encontrados vestígios fossilizados de oliveiras na Itália e no norte da África
e em pinturas nas rochas das montanhas do Saara Central, com idade de seis mil
a sete mil anos, a.C. Os estudiosos
concluem que o azeite, óleo advindo das oliveiras, faz parte da alimentação
humana há muito e muito tempo. Concluem que a oliveira é originada do sul do
Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral mediterrâneo da Síria e Palestina,
expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo. E os gregos é que
difundiram o azeite de oliva para o resto do mundo. Gregos e romanos, maiores
produtores do azeite, descobriram inúmeras aplicações para ele. Além de usar na
cozinha, era usado como medicamento, ungüento ou bálsamo, perfume, combustível
para iluminação e impermeabilizante de tecido. Com as expedições marítimas dos
portugueses acabou por chegar as Américas. Espalhando-se por todo mundo onde as
condições climáticas lhe eram favoráveis. Hoje até mesmo o Brasil produz um
pouco de óleo de oliva. Existem plantações de oliveiras em Minas Gerais e no Rio
Grande do Sul. Mas mesmo assim, somos grande importadores do produto. O Brasil
é o sétimo em importação de azeite e o segundo em importação de azeitonas.
-
Como é uma Oliveira afinal? (Mostrar
imagens, colocando numa apresentação em powerpoint).
-
Mas porque afinal estamos falando tanto de oliveira, azeitona, azeite...
-
Primeiro porque precisamos compreender um pouco cada sacramento e cada símbolo
da nossa fé. E aqui, trouxemos para vocês, o óleo, o símbolo da UNÇÃO.
-
Vamos falar um pouco mais dessa palavrinha: UNÇÃO. Que lembra untar, que nada mais é do que
“lambuzar” alguma coisa de óleo... Isso a gente faz nas formas antes de assar
bolo, pão e outras coisas... Mas aqui na nossa vivência, a unção é muito mais
que isso... Aqui falamos de cada um de nós: ungidos pelo Espírito Santo do
Senhor. Sabem o que significa a palavra CRISTO? Ungido. E o que significa
cristãos? Ungidos.
SEGUNDA PARTE - (ILUMINAR)
-Mas
de onde vem essa função do óleo ou azeite na nossa Igreja. Como ele se tornou
um símbolo da Crisma?
-
Para saber isso vamos iluminar o nosso encontro com Palavras da Sagrada
Escritura.
Fundamentação Bíblica
-
Encontramos nos salmos que o óleo tem a finalidade de fazer brilhar o rosto (Sl
103,15) e é símbolo da alegria (Sl 44,8). Penetrante, sua unção significa
a consagração de um ser a Deus, em vista da realeza, do sacerdócio ou de uma
missão profética (Ex 29,7). Edifícios e objetos são consagrados com a unção do
óleo (Gn 28,18). O ungido por excelência é o Messias, o Cristo, que é o Rei, o
Sumo Sacerdote e o Profeta. Símbolo da alegria e da beleza, sinal de
consagração, o óleo é também o ungüento que alivia as dores e que fortalece os
lutadores, tornando-os mais ágeis e menos vulneráveis.
-
Vamos lembrar aqui que desde o primeiro Rei de Israel, este foi ungido com
óleo. E que Davi, rei escolhido por Deus ainda jovem, por duas vezes teve a
chance de matar seu antecessor, Saul... Mas
não o fez em respeito a ele ser um rei “Ungido”. Davi é um exemplo de pessoa que levou a sério
a unção, a pertença da pessoa à Deus.
Leitura: Êxodo 30, 22-33.
(Fazer a leitura
explicando a origem do óleo consagrado e citar brevemente as outras fontes:
Levítico, unção dos sacerdotes; Mateus, luz/combustível para as lâmpadas, luz
que ilumina; Marcos, força e cura; São Tiago, cura.)
Fontes de referência: Êxodo 30, 22-33; Levítico 8, 1-13;
Mateus 25, 1-13; Marcos 6, 6-13; São Tiago 5, 13-15. (Anexos)
Liturgia
-
A Liturgia da Igreja privilegia três óleos, chamando-os de "Santos
Óleos": Óleo dos enfermos, Óleo dos catecúmenos e Óleo do Santo Crisma. Os
dois primeiros Santos Óleos são abençoados e o terceiro, o Óleo Crismal, é
consagrado na missa crismal que o Bispo celebra com todo o seu presbitério na
5ª feira santa pela manhã ou na quarta-feira, como será aqui em Londrina, dia
27 de março, às 19h30, no Moringão.
-
No centro da Liturgia deste dia está a bênção dos santos óleos: o óleo dos
catecúmenos e o óleo para a unção dos enfermos. Merece destaque, o óleo do
crisma que não é abençoado e sim consagrado. Com ele se unge a testa de quem
está sendo crismado, as mãos do padre quando é ordenado, a cabeça do bispo
quando ele é ordenado. Consagra-se o altar da Igreja, as 12 cruzes da parede.
Este é o “toque” do Senhor, a expressão física, corporal, usando elementos da
natureza, no caso, o óleo de oliva.
“Os
sacramentos são a expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e
alma, isto é, o homem inteiro.” (Bento XVI).
TERCEIRA PARTE – (AGIR)
-
O óleo é símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo: a palavra
Cristo (Messias) significa “Ungido”. Aquilo que acontecera apenas
simbolicamente nos reis e sacerdotes da Antiga Aliança, quando eram instituídos
no seu ministério com a unção do óleo, verifica-se em toda a sua realidade em
Jesus: a sua humanidade é permeada pela força do Espírito Santo. Jesus abre a
nossa humanidade ao dom do Espírito Santo. Chamamo-nos “cristãos”, ou seja,
“ungidos”: pessoas que pertencem a Cristo e por isso participam na sua unção,
são tocadas pelo seu Espírito.
Os Santos Óleos:
- O Óleo dos Catecúmenos concede a força do Espírito Santo
aqueles que serão batizados para que possam ser lutadores de Deus, ao lado de
Cristo, contra o Espírito do mal. O batizando é ungido com o óleo dos
catecúmenos, no peito.
- “Este
óleo é o primeiro modo de ser tocado por Cristo e pelo seu Espírito: um toque
interior, pelo qual o Senhor atrai e aproxima de Si as pessoas. Por meio desta
primeira unção, que tem lugar ainda antes do Batismo, o nosso olhar detém-se
nas pessoas que se põem a caminho de Cristo, nas pessoas que andam à procura da
fé, à procura de Deus. O óleo dos catecúmenos diz-nos: não só os homens
procuram a Deus, mas o próprio Deus anda à nossa procura”. (Bento VXI).
-
O Óleo dos Enfermos
é um sinal sensível utilizado pelo sacramento da Unção dos Enfermos, que traz o
conforto e a força do Espírito Santo para o doente no momento de seu
sofrimento. O doente é ungido na fronte e na palma das mãos.
- Lembram que o bom samaritano
despejou óleo nas feridas do viajante?
- “Pensemos agora na multidão das
pessoas que sofrem: os famintos e os sedentos, as vítimas da violência em todos
os continentes, os doentes com todos os seus sofrimentos, as suas esperanças e
desânimos, os perseguidos e os humilhados, as pessoas com o coração dilacerado.
Ao narrar o primeiro envio dos discípulos por Jesus, São Lucas diz-nos: “Ele
enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos” (9, 2). Curar é um
mandato primordial confiado por Jesus à Igreja, a exemplo d’Ele mesmo que,
curando, percorreu os caminhos do país. Faz parte da missão essencial da Igreja
também a cura concreta da doença e do sofrimento. O óleo para a Unção dos
Enfermos é expressão sacramental visível desta missão”. (Bento XVI).
- Que
na missa dos santos óleos a oração de cada crismando presente, na hora da
bênção, seja força e alimento, junto com o óleo, para todos os enfermos de
nossa arquidiocese.
- O Santo Crisma é o óleo utilizado nas unções de
consagração dos seguintes sacramentos: batismo, o batizado é ungido no peito;
na Confirmação ou Crisma, é o símbolo principal da consagração, feito na
fronte; depois na Ordenação Episcopal, sobre a cabeça do novo bispo; e na
ordenação sacerdotal, na palma das mãos do novo sacerdote. Também é usado em
outros ritos, como na dedicação de uma Igreja, na consagração de um altar,
quando o Santo Crisma é espalhado sobre o altar e sobre as cruzes de
consagração que são colocadas nas paredes laterais das igrejas dedicadas
(consagradas). Em todos estes casos, o Santo Crisma recorda a vinda do Espírito
Santo que penetra as pessoas como o óleo que impregna a cada um deles que o
toca. Ele faz com que pessoas sejam ungidas com a unção real, sacerdotal e
profética de Jesus Cristo. Lembrando aqui o batismo.
-
Na missa crismal observar os gestos do bispo, na oração de consagração do óleo,
observar como ele é conduzido até o altar e depois como é retirado. Participar
com muita fé e oração pois este óleo te consagrará para sempre e consagrará
muitos outros pelo batismo.
- Misturar aqui os dois
jarros: o de azeite com o bálsamo... lembrar o cerimonial da Missa dos santos
óleos... a bênção, o sopro... enquanto
vai falando...
-
O óleo do crisma é misturado com perfume. É o único dos santos óleos que é
perfumado. Porque precisa deixar marcas no Espírito e no corpo. O óleo do
crisma transmite o aroma do amor de Cristo, cobre o jovem com o perfume de
Cristo, dá-lhe a sua irradiação amorosa. Ele está assim marcado, não precisa
ter medo dos perigos, das tentações, do mal... Crisma é uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra
Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve tornar o
cristão “forte e robusto” no espírito. O óleo do crisma é uma mistura do óleo
de oliva e de bálsamo perfumado.
- E
ao sermos consagrados com o óleo do crisma recebemos a “Identidade de
cristãos”, conferida já pelos sacramentos da iniciação, batismo e eucaristia,
agora somos “propriedade de Deus”, fomos marcados pelo seu selo. Recebemos a
unção e esta unção é poderosa!
- Vamos
“sentir” e “tocar” um pouco esse óleo perfumado... sentir a textura na pele, o
cheiro...
- Aqui passar de mão em mão os
pequenos frascos com óleo perfumado para cheirar e tocar. Enquanto isso vai
falando...
- A unção
com óleo significa o derramar do Espírito Santo em nossas vidas e o agir de
Deus a nosso favor, através da comunhão, da oração e da obediência.
-
Crisma é o sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude,
inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e assim o faz
passar da infância para a idade adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã.
É quando o cristão passa a ter responsabilidade na comunidade. Por isso ele é a
Confirmação do Batismo. É o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por
excelência do Espírito Santo. É o sacramento da “missão”.
-
Lembram da passagem final de Jesus pelo Horto das Oliveiras, antes de ser preso
e condenado? Foi no Jardim das Oliveiras que Jesus se recolheu e orou
fervorosamente antes da crucificação. Este jardim também é chamado de
“getsêmani”. Pensemos que as orações e o sofrimento de Jesus nesta hora foram
tão fervorosos que Ele chegou a suar sangue: “(...) posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se
grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lc 22,44). Vale relembrar também o que significa,
literalmente, a palavra aramaica Getsêmani.
A primeira parte da palavra significa “prensa” (get) e a segunda (sêmani),
óleo ou azeite. Todo horto de oliveiras possuía uma prensa assim.
-
Façamos então, uma analogia com o sofrimento de Jesus a tudo que falamos hoje.
As azeitonas precisam ser prensadas e esmagadas para produzir o mais fino e
salutar dos óleos: o azeite de oliva. Jesus sofreu a agonia de saber que ia
morrer por nós e sofreu muito por isso, afinal Ele, mesmo sendo o filho de
Deus, também era “carne”, era humano. Sua morte provocou a salvação da
humanidade (azeite, doçura da unção). Cada um de nós, a seu tempo vive o
“getsêmani”... Afinal o fruto de nosso sofrimento, é óleo para a unção, tem que
sair de nós mesmos, esmagando nossa carne,
para ser então derramado sobre as frontes. Por mais difícil que possa
parecer, temos que passar por ele, pela “prensa” do sofrimento: chorando,
gritando e suando “sangue”, se preciso for, para que, lá na frente, nos
transformemos em
bênçãos. Este é o óleo
do Crisma e o significado dele para nossa fé.
Renovação
do batismo
- Vamos lembrar também que o sacramento da crisma é
a confirmação e a renovação do batismo. Na parte final do Batizado é feita a
“Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes,
reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito
especial. Então, esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos
participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira
epístola de São Pedro (1 Pedro 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo,
reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).
- Profetas, porque participantes da salvação em
Cristo, nós a devemos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida.
Mostrar que Deus é Amor através do verdadeiro amor pessoal.
- Tornamo-nos sacerdotes. Não possuímos o sacerdócio
ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa Missa. Mas nos tornamos
participantes do sacerdócio de Jesus, pois participamos do novo povo de Deus na
Nova Aliança, sendo assim, parte de um povo sacerdotal capaz de oferecer
sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos nossa vida como precioso dom de
Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição, em ação de graças ao Criador.
Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas as coisas para Deus.
- Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis,
possuidores do Reino de Deus. Com Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos
participar da própria vida de Deus.
- Vemos aqui que os sacramentos da iniciação tem uma
estreita ligação entre eles.
BENÇÃO FINAL –
(CELEBRAR)
Já
finalizando nosso encontro, vamos lembrar da imposição das mãos.
-Na
imposição das mãos e na unção realizadas pelo bispo, o crismando não está só. O
padrinho ou a madrinha está atrás dele(a) e lhe põe a mão direita sobre o ombro e participa da
essência do ritual. Para os jovens, é bom saber que a seu lado há um adulto que
os ampara. No padrinho ou na madrinha, o Espírito Santo torna-se visível, como
um amparo real. Isso firma a vontade do crismando para que ele(a) consiga
amparar a si mesmo e para que tenha coragem de enfrentar a vida. Uma das
tarefas do padrinho é colocar a mão direita sobre o ombro do crismando. O ombro
é um centro da energia. É a partir dele que o guerreiro atira sua lança. Mostrar o ombro a alguém,
aprumar os ombros, levantar, quer dizer: estou impondo limites. Quando o
padrinho ou madrinha põe a mão no ombro do crismando, quer dizer: “É bom que
você esteja aqui. Você tem força. Você administra sua vida. Permaneça fiel a si
mesmo. Trilhe seu caminho”. Ao mesmo tempo, com esse gesto ele mostra que a
força, muitas vezes insuficiente do crismando, é permeada pela força do
Espírito Santo, que sustenta o jovem para que ele possa dar os passo seguintes,
de ombros erguidos e confiante.
-
Agora, não é apenas o padrinho que está junto de vocês, mas seus pais, irmãos,
amigos. Todos que puderem coloquem a mão sobre os ombros uns dos outros. Com
isso vamos expressar que não estamos sós, que existe muita gente nos apoiando,
que muitas pessoas acompanham a nossa vida, torcem por nós e sempre podemos
contar com elas. Quando “confirmados” pela crisma somos admitidos no círculo
dos adultos, passamos a fazer parte de uma comunidade que vem de gerações, de
pessoas dispostas a partilhar a fé e nos acompanhar para o que der e vier.
Quando nos sentirmos desanimados e abandonados, vamos lembrar deste gesto.
Sempre podemos voltar a vivenciar a força do Espírito Santo nas pessoas que nos
acompanham, nas pessoas que seguram os nossos ombros e nos dão força.
-
Vamos fechar nossos olhos e em silêncio, vivenciar essa força, sentir a energia
do outro pela mão que toca nosso ombro e transmitir essa mesma energia ao ombro
da pessoa que estamos tocando.
- Colocar a música: Vem Espírito (Pe.
Marcelo Rossi).
“Vinde,
Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do
vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da
terra. Oremos: Deus que instruístes
os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos
retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua
consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.”
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
assim como era
no
principio, agora e sempre. Amem.
FINAL (coordenação):
Agradecer a
presença de todos. Reforçar a data e o horário e o local da Missa dos Santos
Óleos. Como todos vão se dirigir ao local.
(Justificativa de servir pão e suco de
uva ao final...).
-
O Bispo invoca o Espírito Santo sobre os jovens para que renasçam, para que se
transformem como as oferendas da Eucaristia, para que se tornem plenos do
Espírito, do amor e da força de Cristo. Com a imposição das mãos, eles devem se
tornar o pão dos céus, o pão para os outros, o pão que os nutre verdadeiramente
em seu caminho e o vinho que alegra os corações das pessoas.
Convidar a todos para na
saída, degustar uma pequena “refeição” que lembrará os momentos do encontro (Pratos
com azeitonas verdes e pretas, torradinhas ou “paezinhos” com algumas gotas de
azeite de oliva e sal, patê de azeitona, e suco de uva. Esta mesa decorada,
deverá estar pronta à saída do evento).
Ângela Rocha
-
Encontro realizado na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos de Londrina,
Pr, em 20 de março de 2013.
Catequistas:
Mariza Colares, Lucilene Pedrão, Ângela Rocha, Cláris Romero.
FONTES DE CONSULTA:
- Anselm Grün, Confirmação, responsabilidade e
vigor. São Paulo: Loyola, 2006.
- Bento XVI, Homilia, missa do Santos Óleos, 2011.
- Bíblia Sagrada, CNBB. 10ª ed.
- CIC – catecismo da
Igreja Católica – 1285 a
1321.
- Orientações
Arquidiocese de Londrina –PR
ANEXOS
01 - CITAÇÕES BÍBLICAS:
UNÇÃO - Êxodo 30, 22-33
O Senhor falou a Moisés:
23. "Providencie bálsamo de primeira
qualidade: cinco quilos de mirra em grão, dois quilos e meio de cinamomo, dois
quilos e meio de cana aromática,
24. cinco quilos de cássia, conforme o
peso do santuário, e sete litros e meio de azeite de oliva.
25. Com esses ingredientes, faça o óleo
para a unção sagrada, um perfume aromático, segundo a receita de perfumista. E
ele servirá para a unção sagrada.
26. Unja com esse óleo a tenda da reunião
e a arca da aliança,
27. a mesa com seus utensílios, o
candelabro com seus acessórios, o altar do incenso,
28. o altar dos holocaustos com seus
acessórios, e a bacia com a sua base.
29. Consagre essas coisas e elas ficarão
santíssimas: quem as tocar ficará santificado.
30. Unja também Aarão e os filhos dele e
consagre-os, para que exerçam o sacerdócio em minha honra.
31. Fale aos filhos de Israel: 'Isso será
para vocês e para suas gerações um óleo para a unção sagrada.
32. Não será derramado sobre o corpo de
nenhum homem, e vocês não copiarão sua fórmula. Ele é coisa sagrada e assim
vocês devem tratá-lo.
33. Quem fizer um óleo parecido e o
colocar sobre um profano, será excluído do povo”.
UNÇÃO - Levítico 8, 1-13:
1. O Senhor falou a Moisés:
2. "Tome Aarão e seus filhos, as
vestes, o óleo da unção, o bezerro do sacrifício pelo pecado, os dois cordeiros
e o cesto dos pães sem fermento.
3. Em seguida convoque toda a comunidade
junto à entrada da tenda da reunião".
4. Moisés fez conforme o Senhor lhe
havia ordenado. E toda a comunidade se reuniu na entrada da tenda da reunião.
5. Moisés lhes falou: "Vejam o que o
Senhor mandou fazer".
6. Depois Moisés fez com que Aarão e
seus filhos se aproximassem, e os lavou com água.
7. Revestiu Aarão com a túnica,
colocou-lhe o cinto, vestiu-o com o manto e colocou nele o efod. Depois colocou
a faixa do efod e a fixou em Aarão.
8. Colocou-lhe o peitoral com os urim e
os tumim.
9. Colocou-lhe o turbante na cabeça e,
na frente do turbante, a flor de ouro: é o sinal da santa consagração, conforme
o Senhor ordenou a Moisés.
10. Então Moisés pegou o óleo da unção e
ungiu o santuário e tudo o que nele havia, para os consagrar.
11. Fez sete aspersões sobre o altar, e
ungiu o altar e seus acessórios, a bacia com sua base, a fim de os consagrar.
12. Depois derramou o óleo da unção sobre
a cabeça de Aarão e o ungiu, para o consagrar.
13. A seguir, mandou que os filhos de Aarão
se aproximassem, revestiu-os com túnicas, colocou neles o cinto e atou-lhes o
turbante, conforme o Senhor ordenou a Moisés.
Obs.:
Efod - Tipo de uma túnica adornada de ouro
e jóias, usada pelo sumo sacerdote, judeu, no exercício de suas funções.
Urim e Tumim - Trata-se de um objeto, ou de mais de um objeto usado no processo de
adivinhação utilizado pelos antigos israelitas para descobrir a vontade de Deus
sobre determinado evento. É uma expressão proveniente do hebraico, e significa
luzes e perfeições. Não existe uma
clara definição de como era o objeto, ou objetos. Quanto a cor, tamanho, e
também a substancia do Urim e do Tumim, são desconhecidas. Talvez fossem
dados, pedras ou até bastões, que deveriam estar na dobra do peitoral dos
sacerdotes.
LUZ/COMBUSTÍVEL - Mateus 25, 1-13
1. "Naquele dia, o Reino do Céu
será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro
do noivo.
2. Cinco delas não tinham juízo, e as
outras cinco eram prudentes.
3. Aquelas sem juízo pegaram suas
lâmpadas, mas não levaram óleo consigo.
4. As prudentes, porém, levaram vasilhas
com óleo, junto com as lâmpadas.
5. O noivo estava demorando, e todas
elas acabaram cochilando e dormiram.
6. No meio da noite, ouviu-se um grito:
'O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro'.
7. Então as dez virgens se levantaram, e
prepararam as lâmpadas.
8. Aquelas que eram sem juízo disseram
às prudentes: 'Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se
apagando'.
9. As prudentes responderam: 'De modo
nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem
aos vendedores e comprar'.
10. Enquanto elas foram comprar óleo, o
noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de
casamento. E a porta se fechou.
11. Por fim, chegaram também as outras
virgens, e disseram: 'Senhor, Senhor, abre a porta para nós'.
12. Ele, porém, respondeu: 'Eu garanto a
vocês que não as conheço'.
13. Portanto, fiquem vigiando, pois vocês
não sabem qual será o dia, nem a hora."
CURA - Marcos 6, 6-13
6. E Jesus ficou admirado com a falta de
fé deles. Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados.
7. Chamou os doze discípulos, começou a
enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus.
8. Jesus recomendou que não levassem
nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na
cintura.
9. Mandou que andassem de sandálias e
que não levassem duas túnicas.
10. E Jesus disse ainda: "Quando
vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem.
11. Se vocês forem mal recebidos num
lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como
protesto contra eles."
12. Então os discípulos partiram e
pregaram para que as pessoas se convertessem.
13. Expulsavam muitos demônios e curavam
muitos doentes, ungindo-os com óleo.
CURA – São Tiago 5,
13-15
13. Alguém de vocês está sofrendo? Reze.
Está alegre? Cante.
14. Alguém de vocês está doente? Mande
chamar os presbíteros da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com óleo, em
nome do Senhor.
15. A oração feita com fé salvará o doente:
o Senhor o levantará e, se ele tiver pecados, será perdoado.
PRIVILEGIO E MANDATO DE CURA – 1 Pedro
2, 9-10
9. Vocês, porém, são raça eleita,
sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras
maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa.
10. Vocês que antes não eram povo, agora
são povo de Deus; vocês que não tinham alcançado misericórdia, mas agora
alcançaram misericórdia.
02 – TEXTO DE APOIO
Getsêmani...
Essa palavra, quando dita, evoca
sofrimento. Porque lembramos os últimos momentos de Jesus em oração ao Pai
antes da confirmação de sua missão aqui na terra.
Além de lembrar que o “Jardim do Getsêmani” ou Horto das Oliveiras, foi
onde Jesus orou fervorosamente antes da crucificação, pensemos que as orações e
o sofrimento Dele foram tão fervorosos que Ele chegou a suar sangue: “(...) posto em agonia, orava mais intensamente. E
o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lc
22,44).
Vale relembrar também o que significa,
literalmente, a palavra aramaica Getsêmani.
A primeira parte da palavra significa “prensa” (get) e a segunda (sêmani),
óleo ou azeite. Todo horto de oliveiras possuía uma prensa assim.
Façamos então, a analogia com o sofrimento
de Jesus. As azeitonas precisam ser prensadas e esmagadas para produzir o mais
fino e salutar dos óleos: o azeite de oliva. Jesus sofreu a agonia de saber que
ia morrer por nós e sofreu muito antes disso. Sua morte provocou a salvação da
humanidade (azeite, doçura da unção). Cada um de nós, a seu tempo vive o
“getsêmani”... Afinal o fruto de nosso sofrimento, o óleo para a unção, tem que
sair de nós mesmos, esmagando nossa carne,
para ser então derramado sobre as frontes. Por mais difícil que possa
parecer, temos que passar por ele, pela “prensa” do sofrimento: chorando,
gritando e suando “sangue”, para que, lá na frente, nos transformemos em
bênçãos.
Este
é o óleo do Crisma e o significado dele para nossa fé. Porque a religião
católica utiliza o óleo para a unção? A unção com óleo significa o derramar do
Espírito Santo em nossas vidas e o agir de Deus a nosso favor, através da
comunhão, da oração e da obediência.
Crisma é o sacramento que, conferindo os
dons do Espírito Santo em plenitude, inaugurado no batismo, põe o fiel no
caminho da perfeição cristã e assim o faz passar da infância para a idade
adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã. É quando o cristão passa a
ter responsabilidade na comunidade. Por isso ele é a Confirmação do Batismo. É
o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito Santo.
Crisma é uma palavra
grega que significa: óleo de ungir. A palavra Confirmação tem aqui o
significado de fortalecimento, pois deve tornar o cristão “forte e robusto” no
espírito. Ungir é passar o óleo do Crisma na fronte do crismando em forma de
cruz. Esse óleo usado na cerimônia de Crisma é consagrado na Missa dos Santos
Óleos, na Quinta-Feira Santa. O óleo do crisma é uma mistura do óleo de oliva e
de bálsamo. É o único dos santos óleos que é perfumado. Porque precisa deixar
marcas no Espírito e no corpo.
Providencie um pequeno frasco com azeite de
oliva, perfumado com algum bálsamo, peça para o padre abençoar, leve ao seu
próximo encontro de catequese. Fale para que servia as oliveiras, como é feito
o azeite. Conte a história dos últimos momentos de Jesus, de como, feito
“homem”, ele sofreu no Getsêmani.
Faça o sinal da cruz na palma da mão direita de cada um, numa espécie de
“envio” para a catequese.
Precisamos resgatar a simbologia da nossa
fé. Passar para os jovens o significado do sacramento. Todo o mistério da nossa
fé está estreitamente ligado a simbologia. Símbolos marcam. É a fé vivida
concretamente. São sinais que ficam para sempre.
Ângela Rocha
angprr@uol.com.br
03 – IMAGENS